O que não pode faltar na mesa...

Vou ser sincera, cá em casa na noite de Natal não costumamos comer o típico bacalhau com batata e couves, até porque acho que há maneiras de confeccionar o bacalhau muito mais saborosas que simplesmente cozido. Já que é a noite da família porque não fazer algo mais elaborado. Quando não ajudo a minha mãe, sou eu mesma que preparo tudo e tenho que confessar, é das coisas que mais gosto é cozinhar para os outros.

Não há duas consoadas iguais, pois entre entradas, prato principal e doce, tudo varia. Até porque as entradas geralmente são feitas a pensar no serão, assim como os docinhos de colher ou mesmo os biscoitos.
No dia de Natal, a mesa ganha outro brilho. Mesa ampla para caber toda a gente, pratos, talheres, copos, guardanapos são mais que muitos, pois a família é grande. Nada pode faltar neste dia de festa. Para começarmos, ora aí vem o belo do peru tostadinho (mesmo no ponto) que tanto dias esteja na salmoura para ficar com aquele sabor delicioso e suculento. Por vezes também à leitão ou cabrito (apesar de nós cá em casa, o cabrito ser mais guardado para o Ano Novo) a preencher a mesa farta, arroz de miúdos,...,
E agora os doces. Desde as deliciosas azevias ora de grão ou de batata doce, passando pelas filhoses de abóbora e os estaladiços coscurões, até ao rei dos doces de Natal, o Bolo Rei. Nada falta na mesa, mesa essa que fica posta até ao jantar, para os mais comilões ou gulosos irem petiscando ao longo do convívio familiar.
As horas vão passando, entre novidades a ataques clubísticos (porque apesar da maioria ser benfiquista houve uns que degeneraram) entre risota e filmes.
O dia começa a escurecer e é hora de jantar, jantar esse que ninguém tem vontade de saboreá-lo. Entre os restos de peru e do arroz de miúdos, lá vêm os maravilhosos camarões fritos com bastante alho, mostarda e vinho do porto (hmmmm que delícia!!!).
Poucas horas faltam para o dia de Natal acabar, mas mesmo assim ainda há tempo de empacotar os restos e distribuir pela família para o dia seguinte. É hora da partida, e cada um de nós regressa ao conforto do seu lar, mais reconfortados por vermos a família linda que temos, por vermos que a união é o que nos caracteriza. Ao longo deste Natais que já presenciei, todas as memórias que tenho vêm da casa dos meus avós maternos, a grande Avó que tenho, que apesar da sua idade, sempre preparou sozinha todos os sabores que caracterizam esta época... A mim, resta-me desejar um Natal repleto de mágia, com muita prendinha no sapatinho, cheio de união e Paz.